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terça-feira, 22 de maio de 2012

Quid Inde? (*)

Pobre do bicho,
Pobre animal,
Debiloidemente racista.
Acesso em 22 maio 2012

Isso aconteceu num voo da British Airways entre Johannesburgo e Londres.
Uma senhora branca, de uns cinquenta anos, senta-se ao lado de um negro. Visivelmente perturbada, ela chama a aeromoça:
- Qual o problema, senhora? Pergunta a aeromoça.
- Mas você não está vendo? Responde à senhora - Você me colocou do lado de um negro. Eu não consigo ficar do lado destes nojentos. Me de outro assento.
- Por favor, acalme-se. Diz a aeromoça. - Quase todos os lugares deste voo estão tomados. Vou ver se há algum lugar disponível.
A aeromoça se afasta e volta alguns minutos depois.
- Minha senhora, como eu suspeitava, não há nenhum lugar vago na classe econômica. Eu conversei com o comandante e ele me confirmou que não há mais lugar na executiva. Entretanto ainda temos um assento na primeira classe.
Antes que a senhora pudesse fazer qualquer comentário, a aeromoça continuou:
- E totalmente inusitado a companhia conceder um assento de primeira classe a alguém da classe econômica, mas, dadas as circunstancias, o comandante considerou que seria escandaloso alguém ser obrigado a sentar-se ao lado de pessoa tão execrável.
E dirigindo-se ao negro, a aeromoça complementa:
- Portanto, senhor, se for de sua vontade, pegue seus pertences que o assento da primeira classe esta a sua espera, por favor.
E todos os passageiros ao redor que, chocados, acompanhavam a cena, levantaram-se e bateram palmas.
Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra.”
Bob Marley




Acesso em 22 maio 2012

11 comentários:

  1. Sobre racismo
    No meu texto “Cor não é raça”, escrevi o seguinte: “Querer definir o homem como espécie e dividi-lo em raças de acordo com a cor da pele ou tipo físico é coisa mais estúpida que se pode fazer. Raças humanas não existem. A cor da pele, uma adaptação evolutiva aos níveis de radiação ultravioleta vigentes em diferentes áreas do mundo, é expressa em menos de dez genes dentre os milhões que compõem o genoma humano.” Pois bem, aqui explicito mais fatos que embasam minha opinião contra o racismo amparada com a palavra da ciência, para que não haja dúvidas de onde vêm meus argumentos.
    Hoje quero juntar aos meus arrazoados outros dados da ciência que foram descobertos através das pesquisas do projeto “Genoma Humano”, os quais destroem o chamado “racismo científico”.
    Historicamente, a noção de raça humana surgiu durante a expansão imperial européia, e baseia-se num pequeno conjunto de características fenotípicas observáveis a olho nu, superficiais, portanto. Significativamente, o avanço no estudo dos grupos sanguíneos forneceu os primeiros indicativos científicos da variabilidade hereditária da humanidade, sem comprovar teoria de racismo alguma. O fator RH também evidencia diferenças que estão correlacionadas com a distribuição geográfica dos grupos humanos, nunca de “raças” humanas, que isso é criação político-econômica, nunca científica. As variações genéticas entre populações mapeadas por meio desses marcadores não ajudaram a sustentar as antigas teorias raciais, que caíram por terra.
    Com a descoberta e uso do DNA tornou-se possível aprofundar as investigações sobre as origens e migrações das antigas populações humanas. Na verdade, o DNA mitocondrial, que é um marcador que não se altera por milhares de gerações, apontou para o que os cientistas chamaram de “Evas” primordiais: Seriam apenas dez mulheres as nossas “mães”, oriundas da África, que geraram toda a humanidade. Não há, portanto, fundamento científico para afirmar que “raças” humanas tiveram origens distintas, todos temos um pé na África.
    Os computadores facilitaram o processamento de uma enorme massa de informações genéticas que ajudaram a mapear a aventura pré-histórica humana. Uma conclusão quase banal a que se chegou é que a “distância genética” entre populações aumenta na razão direta da distância geográfica que as separa. A explicação é simples, os humanos cruzam-se com o parceiro que está próximo, na mesma localidade ou localidade vizinha. Isto diminui a variação genética do grupo local e aumenta a “distância genética” com um grupo distante. Simples.
    Mesmo assim, dois indivíduos escolhidos casualmente dentro da mesma região só serão 5% mais parecidos entre si do que de qualquer indivíduo de outro continente por exemplo. Na verdade, como comprovou o mapa genético fornecido pelo projeto Genoma Humano, não é possível encontrar qualquer “fronteira” que delimite raças no continuum da humanidade, onde as semelhanças são abundantes e existem pequenas variações dentro de quaisquer grupos considerados.
    Num interessante experimento que cientistas americanos fizeram, reuniram-se oito representantes de etnias diferentes e comparou-se o DNA mitocondrial deles. Eram pessoas que vivem nos EUA, mas de origens díspares como uma chinesa, um árabe, um índio sioux, uma sueca, um maori da Nova Zelândia, um fueguino do sul da Argentina, um negro do Zaire e uma tailandesa. Para surpresa dos pesquisadores o grupo apresentava tanta diferença genética quanto um grupo de pessoas da mesma aldeia pode apresentar. As semelhanças eram tão grandes que a sueca, branca de olhos azuis, tinha “parentesco” evolutivo com o sioux, a ponto de serem “primos” distantes, descendentes da mesma Eva primordial africana.

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    1. Interessante pesquisa , meu caro, uma aula a parte.
      Agradeço pelas explanações que só contribuem para esclarecer que não há motivo para determinadas classificações racistas e xenófobas.

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  2. Presente!
    http://www.youtube.com/watch?v=7Kni_KvBhMI

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    1. "Negro drama",
      só quem sente na pele e na alma,
      sabe como a sociedade é sacana.

      Valeu pela presença! valeu mil, camarada ligadaço!

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  3. O comentário lusitano realmente o perturbou, não é mesmo, meu caro? A mim causou náusea!

    Triste!Muitíssimo triste!

    Certa vez li que numa entrega de prêmio, o ator Paulo Gracindo daria a Grande Otelo um troféu, como reconhecimento de sua atuação num filme. Por descuido infeliz, ele disse algo do tipo: Grande Otelo, eu dou a você esse prêmio justo, pois acho você o melhor de sua raça.
    Grande Otelo respondeu: O senhor me confunde, pois da minha raça, que é a raça humana, eu considero você, Paulo Gracindo, o melhor de todos!

    Bela postagem!

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    1. Pois é brother, se fosse alguém aqui das terras brazilianas, eu iria denunciar direto para o ministério público...
      Mas, agora, só em saber que isso não passou despercebido, omisso, entre os camaradas , já me deixa mais tranquilo.
      Muito oportuno e admirável esse relato que mencionaste, entre Paulo Gracindo e o Grande Otelo.
      Abraços!

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  4. Abaixo toda forma de preconceito.
    Esta é a bandeira.

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  5. Também vou aplaudir!!!! Muito bom seu post Julio.E Ótimos comentários de Jair, Fred e Cristiano.Uma pena existirem ainda pessoas racistas e preconceituosas.Abraços

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  6. Será que combinamos os temas? Foi sem querer... há conexão de pensamento.

    Racismo é um tiro no cu de quem o é. Desculpe o palavreado, mas é desmedido nas atuais circunstância. Primeiro que concordo com seu amigo, Jair, "cor não é raça".

    Nossa amiga lusa é uma pata! Não... isto é chamar a raça dos patos de ignorantes - o que não é verdade.

    abraço!

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    1. Transmissão de inconformados pensamentos.

      Pois é brother, pior é que ainda existem indagações sobre qual é a nossa raça.

      Rsrsrs... Ofensas aos patos não, né meu caro Gabriel.
      Abraços!

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  7. Nossa
    Este post. arrasou

    Parabéns a todos.

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Muitíssimo obrigado pela sua visita.